terça-feira, 29 de março de 2011

O mistério da mentira


Apresentar a verdade em doses reduzidas facilita a vida.
Aqueles que sempre dizem a verdade são considerados irremediavelmente ingênuos. Além disso, eles facilmente ganham inimigos. Calcula-se que uma mentira vem aos nossos lábios cerca de 200 vezes por dia, em média uma a cada 5 minutos. Começando por falsos elogios ("Você está com excelente aparência!") até mentiras descaradas ("Hoje eu não posso ir ao escritório, estou gripado").
É vergonhoso como hoje em dia se lida levianamente com o conceito "mentira" ou com a própria mentira. A mentira em geral  é considerada inofensiva, sim, até mesmo uma necessidade da vida e ate como algo bom.
A mentira faz parte da vida de todas as pessoas; seria impossível viver em sociedade sem mentir.
Ninguém gosta de admitir esta dura verdade: Todos mentem. Seja para agradar a alguém, escapulir de uma encrenca, ser o herói de alguma aventura nunca vivida, levar vantagem na vida. Com suas pernas curtas, a mentira caminha no passo do homem desde que o mundo é mundo, e não dá o menor sinal de perder o fôlego, muito pelo contrário. Todos temos um pouco ou muito de Pinóquio.
O teólogo Santo Agostinho, no século IV, descreve  seis tipos diferentes de mentira:
·    A que prejudica alguém, mas é útil a outro;
·         A que prejudica sem beneficiar ninguém;
·         A que se comete pelo prazer de mentir;
·         A que se conta para divertir alguém;
·         A que leva ao erro religioso;
·         A  que salva a vida de uma pessoa (o que o teólogo considerava como uma “boa” mentira)

Em fim, concluí-se então que na verdade a  realidade é uma só:  A mentira é aquilo que queriamos que fosse verdade.

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